A companhia aérea Voepass reconheceu que o avião ATR 72 que caiu em Vinhedo (SP), matando as 62 pessoas a bordo, era “sensível” ao gelo, mas garantiu que o sistema de degelo funcionava normalmente no momento da decolagem.

Imagens da tragédia mostram a aeronave caindo em círculos, em queda livre, o que levantou a suspeita de que o acidente pode ter sido causado por acúmulo de gelo nas asas ou em outra parte da fuselagem.

    “A gente não sabe se pode ter tido pane durante o voo, mas, quando decolou, o sistema de deicing [degelo] estava 100% operacional”, disse Eduardo Busch, CEO da Voepass, em uma coletiva de imprensa em Ribeirão Preto (SP).

Manutenções

Aeronave apresentou problemas estruturais recentes. Falhas no ar-condicionado e no sistema hidráulico, além de um contato anormal com a pista são alguns dos defeitos revelados.

Problemas tiveram início no dia 11 de março deste ano quando houve um “contato anormal” da aeronave com a pista na hora do pouso, em uma viagem do Recife para Salvador.

Cauda do avião teria se chocado com a pista. Batida causou um “dano estrutural” na aeronave, segundo foi relatado no sistema de manutenção da empresa.

Aeronave ficou estacionada na capital baiana por 17 dias, até 28 de março. Após o período, avião teria passado por consertos na oficina da Voepass, em Ribeirão Preto (SP).

A aeronave prefixo PS-VPB só voltou a voar no dia 9 de julho. No primeiro voo, de Ribeirão Preto para Guarulhos, houve uma despressurização, apurou o Fantástico. Por isso, o avião retornou para oficina em Ribeirão Preto, sem passageiros. Foram mais quatro dias parado para um novo reparo.

Apenas no dia 13 de julho, a aeronave voltou a voar comercialmente. A jornalista Daniela Arbex voou na quinta-feira (8) na mesma aeronave que caiu em Vinhedo, interior de São Paulo, nesta sexta-feira (9). Ela desabafou sobre a coincidência nas redes sociais.

A escritora publicou vídeos em que passageiros aparecem passando mal no avião. “Filmei as pessoas passando mal durante o voo por causa do calor que fazia dentro da aeronave sem ar condicionado. Foi terrível”.

Um passageiro que estava em frente à jornalista chegou a tirar a camisa. “Fiquei muito indignada, porque pela terceira vez a aeronave da companhia [Voepass] apresentava problemas, tanto no trecho de SP quanto no da conexão pra Minas”, escreveu na publicação.

O que diz a Voepass

A empresa informou que informações relacionadas à investigação serão restritas à Aeronáutica e outras autoridades. A Voepass afirmou que a aeronave estava sem nenhuma restrição de voo e com os sistemas aptos para a realização da operação.


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 “O ATR tem uma sensibilidade um pouco maior a uma situação de gelo, que não é descartada, como também nenhuma hipótese é descartada neste momento. O avião é sensível ao gelo, é um ponto de partida, mas ainda é muito precoce qualquer tipo de ideia em relação ao evento”, salientou Marcel Moura, diretor de operações da companhia aérea.

A aeronave passou por manutenção de rotina em Ribeirão Preto, principal base técnica da Voepass, na noite anterior à tragédia, e “saiu sem nenhum tipo de problema que inviabilizasse sua aeronavegabilidade”. “Hoje era previsto gelo, mas dentro das características aceitáveis para o voo”, acrescentou Moura.

    A companhia também afirmou que os passageiros “tinham RG e CPF”, o que indica que todos seriam brasileiros, mas ainda “não se sabe se algum possuía dupla nacionalidade”.

11 thoughts on “A aeronave passou por manutenção de rotina em Ribeirão Preto”

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