Na manhã desta quinta-feira (26), o Brasil se despediu de um dos maiores nomes da dramaturgia nacional. Ney Latorraca, ator consagrado por suas emoções e talento, faleceu aos 80 anos na Clínica São Vicente da Gávea, no Rio de Janeiro, às 6h22. A causa da morte foi sepse pulmonar, decorrente do agravamento de um câncer de manifestação relatado em 2019. Ney lutava contra a doença, que retornou com metástase em agosto deste ano, sem sucesso nos tratamentos mais recentes.
Uma carreira construída desde a infância
Antonio Ney Latorraca nasceu em 25 de julho de 1944, em Santos, São Paulo, em uma família de artistas. Filho de Alfredo, cantor e crooner de boates, e Tomaza, corista, Ney demonstrou interesse pela arte desde cedo. Aos seis anos, começou a fazer participações na Rádio Record. Sua paixão pela atuação o levou, aos 19 anos, a estrelar no teatro com “Pluft, o Fantasminha”de Maria Clara Machado.
Durante a década de 1970, atuou em vários espetáculos, entre elas: “Hair” (1970), “Jesus Cristo Superstar” (1972), “Bodas de Sangue” (1973) e “A Mandrágora” (1975).
Paralelo à carreira de ator, trabalhou em loja de roupa feminina, foi vendedor de pedras semipreciosas e funcionário de um banco.
Ney Latorraca passou pela TV Tupi, TV Cultura, depois pela TV Record, onde trabalhou por cinco anos.
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Consagração na televisão
Sua estreia na TV Globo aconteceu em 1975 na novela “Escalada”, onde interpretou Felipe, que não falava. “Ele só balançava a cabeça. E o que aconteceu? Um mês depois que a novela estreou, o personagem fazia tanto sucesso que todo mundo queria saber quem era aquela pessoa jogada pelos cantos, muda”, disse Ney ao Memória Globo.
Depois do sucesso como Felipe, Ney assinou um contrato de dois anos com a emissora. Emendou com “Estúpido Cupido” (1976), como Mederequis.
Em 1984, atuou em “Anarquistas. graças a Deus”, uma de suas minisséries preferidas. “Eu fiz um baita sucesso, fui capa de todas as revistas. Todo mundo amava”, disse ele.
Em 1990, Ney foi para o SBT, onde atuou na novela “Brasileiras e Brasileiros”. Já em 1991, ele retornou para a Globo e fez sucesso em “Vamp”.
Barbosa, um dos seus maiores sucessos
Além das diversas novelas, minisséries e também filmes no cinema, experimentou um exercício diferente com “TV Pirata”, em que encarnava Barbosa.
Era um velho tarado, de cabeça branca, com um pouco de bico. Mas eu comecei a aumentar o bico, tanto que, meses depois, só dava Barbosa e todo mundo imitava. Foi um baita sucesso.
Ney Latorraca ao Memória Globo.
Consagração no teatro
Em 1986 estreou, com Marco Nanini, o maior sucesso do teatro brasileiro, “O Mistério de Irma Vap” que permaneceu mais de 11 anos em cartaz.
Cinema e últimos trabalho na TV
A última novela na Globo foi “Negócio da China” (2008). Depois, fez uma participação especial de “Meu Pedacinho de Chão” (2014).
Seu último trabalho foi em “Cine Holliúde” (2019), onde reviveu o conde Vlad, da novela ‘Vamp’, cinco anos após anunciar que se aposentaria.
Aposentadoria e vida pessoal
Em 2014, Ney anunciou sua aposentadoria. “Não quero mostrar minha decrepitude. Quero ficar em casa, descansar, viajar”, disse em entrevista.
Casado há 30 anos com o ator Edi Botelho, Ney viveu uma vida discreta e cercada de amigos. Ele deixa um legado de grandes atuações e momentos memoráveis para o público
Despedida de um ícone
O local e o horário do velório ainda não foram divulgados. A notícia da morte de Ney Latorraca gerou uma onda de homenagens de colegas de profissão e fãs.
O ator será lembrado como um dos maiores nomes das artes brasileiras, conhecido pelo talento, carisma e características. Sua obra permanecerá como inspiração para as futuras gerações.