As três indicações de Ainda Estou Aqui ao Oscar – Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz – foram recebidas com entusiasmo no Brasil. De atrizes consagradas a críticos de cinema, de famosos a anônimos, não faltaram celebrações por esse grande feito.
Fernanda Torres, indicada ao Oscar de Melhor Atriz, trouxe ainda mais emoção à celebração. Afinal, ela é filha de Fernanda Montenegro, que foi indicada à mesma categoria em 1999 por Central do Brasil.
“Eu, Fernanda Montenegro e Fernando Torres – onde quer que ele esteja – estamos felizes e realizados. Meu coração de mãe está em estado de graça”, escreveu Fernanda Montenegro em suas redes sociais.
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Feito inédito na história do Oscar
Pela primeira vez, um filme brasileiro foi indicado na categoria de Melhor Filme. Segundo Chico Fireman, crítico de cinema, a conquista é histórica.
“É imenso para o Brasil. Em outras palavras, isso coloca o cinema brasileiro em evidência como nunca antes. Sem dúvida, nosso cinema não depende de validação internacional, mas esse reconhecimento ajuda muito”, afirmou.
Além disso, ele destacou o impacto do tema político abordado no filme.
“O enredo provoca reflexões profundas sobre as violências da ditadura militar brasileira. Em suma, temas universais como esse têm ressoado globalmente.”
Um marco para a cultura brasileira
Sérgio Machado, diretor de Cidade Baixa, descreveu o filme como um marco.
“Vi Ainda Estou Aqui nascer. É um marco no cinema e na cultura brasileira. Afinal, ele marca um reencontro dos brasileiros com nossas histórias. Enfim, é uma obra que revisita nosso passado sombrio de forma corajosa”, afirmou.
Joana Henning, CEO do Estúdio Escarlate, também celebrou:
“Essas indicações representam o reconhecimento da riqueza cultural do Brasil na cinematografia mundial. É, definitivamente, um momento histórico.”
Emoção que lembra Copa do Mundo
Para Renata de Almeida, diretora da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, a reação do público brasileiro foi comparável à emoção de uma vitória em Copa do Mundo.
“Essas indicações geraram um sentimento de torcida coletiva. Dessa forma, o cinema ocupou o mesmo espaço de orgulho nacional que o esporte”, destacou.
Ela também ressaltou a relevância do filme para o presente e futuro do país:
“Além de revisitar o passado, o filme resgata o orgulho brasileiro em nossa cultura. Assim, ele se torna atemporal.”
Sobre o filme
Baseado na autobiografia de Marcelo Rubens Paiva, Ainda Estou Aqui narra a história de Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva. Durante a ditadura militar, Rubens foi preso, torturado e morto. Eunice, então, criou sozinha seus cinco filhos, enfrentando grandes desafios.
Na manhã de quinta-feira (23), o filme recebeu três indicações ao Oscar. Entre elas, Melhor Filme Estrangeiro, categoria em que o Brasil concorreu pela última vez em 1999.
Na disputa de Melhor Atriz, Fernanda Torres compete com nomes como Demi Moore e Cynthia Erivo.
Expectativas
Chico Fireman analisou as chances do filme:
“Em filme estrangeiro, o favorito é Emilia Pérez. Mas, sem dúvida, Ainda Estou Aqui pode surpreender. Em Melhor Atriz, a narrativa de Fernanda Torres, com uma interpretação sóbria e aclamada, também pode se destacar. Enfim, as indicações por si só já são uma vitória para o Brasil.”
Renata de Almeida concluiu com otimismo:
“Se está concorrendo, tem chances. Afinal, o filme é lindo, e a equipe tem feito um trabalho incrível de promoção. Em propriedades, já estamos comemorando.”