Por Bia Camargo | 16 de junho de 2025
O interior de São Paulo virou palco de uma verdadeira maratona musical no último sábado (14). Cerca de 60 mil pessoas lotaram o Parque Permanente de Exposições, em Ribeirão Preto (SP), para viver uma das edições mais memoráveis do Festival João Rock 2025, que entregou 14 horas ininterruptas de música brasileira.
Nesta que foi a 22ª edição do evento, o João Rock não apenas reafirmou seu papel de resistência cultural, como também celebrou a pluralidade dos sons nacionais, reunindo desde lendas da música até novos talentos que despontam na cena.
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Encontros históricos, despedidas e celebrações marcaram os palcos
Logo no início da tarde, o público já tomava conta das arenas, se dividindo entre os cinco palcos montados especialmente para o festival.
No Palco João Rock, as apresentações foram verdadeiros desfiles de hits e memórias. Maneva, Cidade Negra, Barão Vermelho, Marcelo Falcão e Nando Reis embalaram multidões. Uma das performances mais impactantes foi a do BaianaSystem, que trouxe críticas sociais afiadas nas letras, rodas punk e até um emocionante coral de crianças entoando “Batukerê – Toda fé de Salvador” no encerramento.

Outro momento que ficará na história foi o show do Planet Hemp, que além de seus clássicos, promoveu um espetáculo colaborativo com Seu Jorge e o próprio BaianaSystem dividindo o palco.
Entre as surpresas da noite, o grupo Cidade Negra encantou ao receber integrantes do projeto internacional Playing For Change. E quando o vocalista Toni Garrido perguntou ao público “Vamos brincar?”, ninguém imaginava que, logo depois, surgiriam no palco o rapper Rael, o lendário skatista Sandro Dias, o Mineirinho, e o pequeno prodígio Pietro, de apenas 11 anos, executando manobras radicais ao som de “O Erê”.
A emoção tomou conta do espaço quando Natiruts, em sua turnê de despedida, subiu ao palco. “É importante celebrar o passado e planejar o futuro, mas o que importa é que tudo vai dar certo”, declarou o vocalista Alexandre Carlo, arrancando lágrimas e aplausos da plateia.
Já Nando Reis, com a turnê “Nando Hits”, levou uma multidão a cantar em coro, especialmente no momento em que homenageou sua amiga e parceira Cássia Eller, interpretando o clássico “O Segundo Sol”.
Palco Brasil: um tributo grandioso à black music
Se havia um espaço onde a energia não baixava um segundo sequer, esse espaço era o Palco Brasil, totalmente dedicado à celebração da black music brasileira. Por lá, passaram gigantes como Sandra de Sá, Farofa Carioca com Paula Lima e Hyldon, Baile do Simonal, além do sempre carismático Seu Jorge.

O público vibrou com a lenda viva Tony Tornado, que aos 95 anos mostrou que talento e vitalidade não têm idade. Sua performance de “Sou Negro”, “Podes Crer, Amizade” e “BR-3” foi um dos pontos mais aclamados do festival.
O encerramento foi à altura, com shows da Black Rio, acompanhada por Cláudio Zoli e Carlos Dafé, trazendo ao palco a essência do groove e do soul brasileiro.
Palco Aquarela destacou vozes femininas e encontros poéticos
O Palco Aquarela ofereceu uma programação recheada de talento e representatividade. Vanessa da Mata, Ana Cañas, Carol Biazin, além do belo encontro entre Zélia Duncan e Paulinho Moska, foram responsáveis por momentos de pura conexão com o público.
“O que faz um festival ser grandioso não é só a música, mas a celebração das amizades”, disse Moska, emocionando quem acompanhava sua apresentação ao lado de Zélia.
Fortalecendo a Cena e Eisen Rock: espaço para os novos sons
Focado na nova geração da música nacional, o palco Fortalecendo a Cena trouxe apresentações que lotaram o espaço, com nomes como Duquesa, Yunk Vino, Drik Barbosa, Kayblack e MC Cabelinho, mostrando a força do rap, trap e R&B brasileiro.
Já os fãs de rock alternativo encontraram no Palco Eisen Rock uma vitrine para novas apostas do gênero, como Banda M.I.L.A, Versão Dois, Venere Vai Venus (vencedora do concurso de bandas), Banda Sheik e DJ Rodrigo Mod, em shows que não deixaram ninguém parado.
João Rock além dos palcos: experiências e interatividade
O João Rock 2025 também ofereceu uma série de ativações que garantiram diversão além da música. A começar pela roda-gigante panorâmica, pela adrenalina da tirolesa da Mike’s e pela incrível rampa Half Pipe do Banco do Brasil, onde Sandro Dias (Mineirinho) e jovens skatistas se apresentaram.
Outros espaços fizeram sucesso, como o Coke Studio da Coca-Cola, a roleta de prêmios do MGM Bet, estandes instagramáveis de O Boticário, além do inovador show de drones da Unaerp, que encantou o público durante a noite.
A preocupação com o conforto e o bem-estar também esteve presente, com totens de carregamento, ações sustentáveis e espaços de descanso patrocinados por marcas como Libresse, Pipizito e Smoking.
João Rock 2025: quando a música une gerações
Ao longo de 14 horas de shows, encontros, reencontros e celebrações, o João Rock 2025 provou mais uma vez que é muito mais do que um festival: é um movimento que valoriza a música brasileira em toda sua diversidade, potência e resistência.
A próxima edição já começa a ser aguardada por quem viveu essa experiência inesquecível. E quem sabe, por quem ficou de fora e agora não quer perder mais.
Quem tocou no João Rock 2025
Palco João Rock: Natiruts, Planet Hemp, BaianaSystem, Marcelo Falcão, Nando Reis, Barão Vermelho, Rael convida FBC e Rincon Sapiência, Cidade Negra, Maneva, Batalha da Aldeia, Venere Vai Venus.
Palco Brasil – Baile da Black Music: Seu Jorge, Sandra de Sá, Farofa Carioca com Paula Lima e Hyldon, Baile do Simonal, Tony Tornado e Banda do Síndico, Black Rio com Cláudio Zoli e Carlos Dafé, School of Rock.
Aquarela: Vanessa da Mata, Carol Biazin, Ana Cañas, Zélia Duncan com Paulinho Moska, Melly com Sued Nunes.
Fortalecendo a Cena: Duquesa, Yunk Vino, Drik Barbosa convida Budah e Cristal, Kayblack, Cabelinho, School of Rock.
Palco Eisen Rock: Banda M.I.L.A, Versão Dois, Venere Vai Venus, Banda Sheik, DJ Rodrigo Mod.
